Uma visão futurística para a agricultura.

É fato que nas próximas décadas o mundo precisará aumentar a sua produção de alimentos para suportar uma demanda populacional crescente, bem como uma demanda crescente de alimentação proteica para os animais em geral. Bem, para isto, até os dias atuais, o ser humano teve de lançar mão de práticas que muitas vezes são destrutivas e poluidoras. Para aumentar a produção de comida, no entanto, devemos tentar, a partir de agora, diminuir poluições com nitrogênio, fósforo e emissões de gases poluentes, e para isso necessitaremos que os sistemas agrícolas inovem.

Imagem ilustrativa. Flickr, por Chafer Machinery.
Imagem ilustrativa. Flickr, por Chafer Machinery.

 

Outrossim, é que não existem soluções imediatas. Deveremos trabalhar em sistemas de longo prazo. Abaixo falaremos sobre algumas destas táticas.

Agricultura de precisão

A agricultura de precisão refere-se, na maioria das vezes, para o uso de soluções tecnológicas que aumentem a produção e reduzam desperdícios no sistema ecológico-agrícola.  Acontece que muitas pessoas não perceberam que a agricultura de precisão não trata-se apenas da adição de novas tecnologias, mas sim da revolução da informação, que deve ser possibilitada por novas tecnologias. Por outro lado, a agricultura de precisão refere-se à mecanização da agricultura, o que pode, também, otimizar os processos mecanizados e, como consequência, reduzir perdas e impactos no meio ambiente.

A agricultura de precisão tem sido utilizada também para reduzir as quantidades de fertilizantes ou até mesmo de água utilizada na lavoura. Isto deve-se ao uso de sensores de solo com estruturas de alta tecnologia, utilizadas para detectar exatamente o que é necessário e não aplicar mai do que o necessário.

Existem alguns princípios na agricultura de precisão que ajudam neste processo. Manejar a variabilidade dos recursos naturais através do uso de técnicas e métodos amostrais eficientes para realizar recomendações de proteção química para o cultivo de forma também eficiente, gerando, então, um sistema de qualidade.

A engenharia tecnológica, focada nos sistemas sensoriais, técnicas computacionais, sistemas de posição e sistemas de controle para aplicações em áreas específicas, vem sendo utilizada e empregada de forma crescente na agricultura.

Modificações genéticas

As modificações genéticas das culturas permitem aos cientistas adicionar e equipar os organismos vegetais com determinados traços com uma maior objetividade do que o melhoramento tradicional. O melhoramento genético, por si só, apresenta o potencial necessário para aumentar a produtividade, proporcionar resistência à estresses hídricos e/ou à pragas. Bem como introduzir nutrientes adicionas à alimentos que não os possuem. A biotecnologia, por meio das modificações genéticas, é atualmente grandemente utilizada em algumas culturas, na maioria das vezes por aumentar a resistência à pesticidas.

Flickr por S. Mojumder/Drik/CIMMYT.
Flickr por S. Mojumder/Drik/CIMMYT.

Batatas transgênicas prometem reduzir potencial cancerígeno, leia mais clicando aqui.

Cultivo urbano

Algumas pesquisas dizem que há uma crescente no cultivo urbano, ou seja, as pessoas, quando constroem casas, tem deixado espaços para plantar a sua própria horta. Nesse sentido, reduz-se, ainda que em pequena escala, a necessidade de transportes que gerem poluição. De fato, não existe potencial para se produzir toda a comida necessária no mundo com cultivo urbano, mas chega-se falar que 10% da necessidade de alimentos de uma cidade poderia ser provido com o cultivo urbano em pequenas escalas.

Cultivo vertical. Imagem Flickr por  Blaine O'Neill.
Cultivo vertical. Imagem Flickr por Blaine O’Neill.

Também, outro método que tem-se falado é o cultivo vertical. Onde leva-se para os centros urbanos métodos de cultivo vertical. Veja mais clicando aqui.

 

Carne “artificial”

Uma ideia radical que vem surgindo nos últimos anos é a da produção de carne de forma artificial, sem necessitar de uma fazenda. Bem, isto refere-se ao cultivo de células animais em placas de petri, para que elas cresçam de forma artificial em laboratórios. Algumas fontes dizem que o primeiro sanduíche feito de carne cultivada em ambiente de cultura foi produzido em 2013. Esta parece ser uma ideia radical, mas que pode tomar força nas próximas décadas.

 

About André Guilherme Daubermann

Estudante de Doutorado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas (ESALQ - USP). Mestrado o em Fisiologia Vegetal na Universidade Federal de Lavras (UFLA - Lavras-MG). Engenheiro Agrônomo formado na Universidade de Passo Fundo (UPF).

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