Se você trabalha com pesquisas, ou até mesmo utiliza artigos científicos para seus trabalhos acadêmicos, já deve ter se deparado com um artigo que só pode ser acessado mediante compra do direito de uso. Bem, sinta-se confortável, você não é o único.
Existem, no entanto, muitos grupos que compartilham a opinião de que conhecimento escolar é um bem comum. E, mais do que isto, estão tentando mudar o panorama atual. Fato é que os conhecimentos escolares deveriam ser um bem comum para toda a humanidade. Globalizar o acesso à pesquisas não para pelo acesso ao resultado das investigações. Globalizar o acesso à pesquisas significa tornar as pesquisas disponíveis de uma forma que permita a integração com o resto do conhecimento humano. Significa tornar os recursos e resultados decorrente das pesquisas em uma atividade pública mais ampla.
Bem, acontece que a Associação de Desenvolvimento Científico Ténico e Médicos Publicadores recentemente lançou um conjunto de modelos de liçensa para artigos científicos. Neste documento, formulado pela associação, as liçensas poderiam limitar o uso e a valorização das investigações. O que poderia tornar uma dificil, confusa ou até mesmo impossivel tarefa de combinar estas pesquisas com outros recursos públicos e outras fontes de conhecimento para benefício da ciência e da sociedade.
Alguns problemas surgem com este tipo de licenças, e o que mais deixa dúvidas é que elas não são compatíveis com as liçensas Creative Commons utilizadas globalmente. Por esta razão, um outro grupo pediu à associação STM para retirá-las e se comprometerem a trabalhar com o viés da licenças Creative Commons.
As licenças Creative Commons são padrões globais que fornecem aos usuários uma confiança jurídica dos seus direitos de reutilizar algum conteúdo. Podem haver alguns problemas com esse tipo de licença, eles podem nem mesmo serem perfeitos, mas foram aplicados à mais de um bilhão de recursos por milhões de autores. Esta é a opção preferida de licença para as grandes plataformas de conteúdo e editores de acesso aberto. Esta licença é recomendada pelos governos da Austrália, da Europa, Estados Unidos e alguns outros países.
“Vamos trabalhar juntos para um mundo onde toda a soma do conhecimento humano, tanto a partir de dentro do universo acadêmico quanto a partir de fora, seja acessível, utilizável, reutilizável e interoperáveis. E vamos trabalhar dentro dos quadros legais, que já foram adotados globalmente como uma base para a construção do restante das ferramentas que precisamos para tornar isto uma realidade.” PLOS
É o que diz a Public Library of Science, que conta que a organização global de acesso à pesquisa, ciência e educação protocolou, junto com um grupo de organizações, um pedido contrário à norma. Você pode ver também a lista das organizações que estão se mobilizando a favor de uma mudança no panorama científico, clicando aqui.