Entomologia agrícola: fatores ecológicos.

Os fatores ecológicos que afetam a entomologia são descritos em uma parte da entomologia agrícola chamada de ecologia. A ecologia foi descrita pelo zoólogo alemão Ernest Haeckel, como parte do estudo da conexão e relação de organismos entre si e o meio ambiente.

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Harmonia axyridis succinea. Imagem Flickr por Drriss & Marrionn.

Hoje o assunto a ser tratado são os fatores ecológicos que afetam diretamente o organismos dos seres vivos. Dentre os principais fatores ecológicos, podemos citar: tempo, temperatura, clima, radiação, umidade, vento e alimento. Bem como a interação destes fatores. Hoje iremos falar um pouco sobre tempo, radiação, temperatura e umidade.

TEMPO

O tempo envolve toda a população, influenciando diretamente e indiretamente os organismos vivos. É, por definição, a constituição física de uma atmosfera em determinado local. É variável. As espécies podem ser afetadas pela inconstância do tempo, mas também existem outros fatores.

RADIAÇÃO

É, via de regra, a única fonte de suprimentos de energia contínua, ou seja, de longa duração, aos animais. A radiação é essencial à manutenção da vida no nosso planeta. É, também, a causa primária das atividades físicas que acabam por determinas o tempo e o clima do nosso planeta.

TEMPERATURA

Por definição, a temperatura, é a representação física/visual da energia de um corpo. É um dos principais fatores ecológicos. A temperatura afeta os insetos tanto de forma direta como indireta. Afetando principalmente seu desenvolvimento, mas também seu comportamento. Bem como sua alimentação, de forma indireta.

Acontece que muitos animais são pecilotérmicos, ou seja, mantém a temperatura corporal próxima a do ambiente. Também conhecidos como animais de “sangue frio”.

Os insetos podem ser classificados, quanto a temperatura corporal, em relação ao ambiente, nos seguintes âmbitos:

 

  1. CICLOTÉRMICOS: Temperatura do corpo acompanha a do ambiente em uma faixa de 10-30°C. Ocorre na maioria dos insetos.
  2. HELIOTÉRMICOS: São os que aproveitam os raios solares para elevar a sua temperatura corporal, tendendo procurar posições que os fazem ter uma maior área de recepção de energia.
  3. QUIMIOTÉRMICOS: Grupo de insetos que aumentam a temperatura corporal por meio de atividades musculares.

Podemos encontrar animais vivendo desde os pólos até o equador. Entretanto, existem algumas faixas de temperatura que devem serem consideradas.

  1. Temperatura ótima: Entre 25 e 38°C, encontra-se a temperatura limiar máxima (base superior). Dentro desta faixa encontra-se uma a ótima temperatura para desenvolvimento e atividade dos insetos.
  2. Estivação temporária: ocorre na faixa entre 38 e 48°C, e é aqui o estágio em que os insetos entram em estivação temporária, podendo voltar a atividade normal quando a temperatura for reduzida.
  3. Hibernação temporária: faixa abaixo de 15°C onde os insetos hibernam temporariamente até 0°C, atingindo a morte aos -20°C.

Existem, no entanto, alguns insetos que não seguem estas regras. Alguns animais que tem largos limites de tolerância (20°C ou mais) são conhecidos como euritérmicos, e em um outro polo, espécies que tem um amplo limite de tolerância, chamados de estenotérmicos.

De maneira geral os insetos morrem ao serem expostos à temperaturas fora da faixa favorável ao seu desenvolvimento. Acontece que deve-se, para tal, considerar fatores como intensidade e quantidade. Para estimar-se a temperatura letal, trabalha-se com porcentagem de mortalidade da amostra submetida ao teste.

 

UMIDADE

Os animais possuem entre 70 e 90% de água no seu corpo. Em tratando-se de insetos, a água tem grande importância, e também proporções contantes no seu corpo. Insetos que vivem, por exemplo, em locais de armazenamento tem menor teor de água no seu corpo.

A umidade manifesta-se através da chuva, umidade do ar e umidade do solo. Os insetos podem ser classificados de quatro maneiras em respeito a necessidade de água.

  1. Aquáticos: Insetos que vivem na água. Umidade expressa-se em forma de pressão osmótica. Insetos de água doce tem de adaptar-se para viver sobre a baixa pressão osmótica da água. Enquanto os de água salgada, o contrário. Estes, apresentam resistência à perda de água.
  2. Higrófilos: Insetos que apenas vivem em abientes muit úmidos ou saturados.
  3. Mesófilos: Espécies que tem moderada necessidade de água, suportam grandes variações de umidade, inclusive alterações entre estações secas e úmidas. A maioria das pragas o são.
  4. Xerófilos: Espécies que vivem apenas em ambientes secos.

 

Para o desenvolvimento deste post, foram utilizadas as seguintes referências:

Título: Entomologia Agrícola

Autor: Domingos Gallo, Octavio Nakano, Sinval Silveira Neto, et al.


Título: Morfologia geral dos insetos

Autor: Zilkar C. Maranhão

About André Guilherme Daubermann dos Reis

Estudante de Doutorado em Fisiologia e Bioquímica de Plantas (ESALQ - USP). Mestrado o em Fisiologia Vegetal na Universidade Federal de Lavras (UFLA - Lavras-MG). Engenheiro Agrônomo formado na Universidade de Passo Fundo (UPF).

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